Comparação no período de 04.05 a 25.07

O valor do auxílio emergencial aumentou em R$ 101,76 bilhões, ficando R$ 254,40 bilhões, em função da sua prorrogação por mais 2 meses. Esse é um dos principais recursos para combater a pandemia, uma vez que reduz a queda do PIB, além de aumentar a renda das famílias que o recebem, incrementando indiretamente também a renda das demais famílias. Ademais, diminui os seus custos, pois aumenta na arrecadação dos impostos, além de promover o crescimento do emprego e a produtividade dos setores.

O valor gasto (0,005%PIB) foi irrisório até a data do dia 25.07.

Não houve alteração nos gastos desde o dia 20.06 (mais de um mês sem movimento na conta). Ademais, não houve gastos nos períodos de 04.05 a 13.05 e 27.05 a 08.06.

Até esta data foram pagos somente 32% do previsto, enquanto a taxa de desocupação subiu de 10,5% para 13,1% de maio a julho com o fechamento de 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre março e abril.

Do dia 20.06 a 25.07 (pouco mais de um mês) foram pagos 10,43% do valor disponibilizado.

Até o dia 08.06 praticamente não houve alteração nos gastos para Estados e Municípios. Mesmo o montante de R$ 1,97 Bilhões que foram gastos, foi um valor pequeno da parcela de R$ 16 bilhões destinada inicialmente.  

Somente no dia 20.06 o total de gastos sobe para R$ 21,64 bilhões em função da publicação da MP 978/2020 publicada no dia 04.06, que destina R$ 60 bilhões a Estados e Municípios.

Do dia 20.06 a 25.07 foram gastos 23,10% do disponível. Ou seja, em um pouco mais de um mês foi gasto quase a metade de todo o valor desde o início, que foi 50,4%.

A inércia do governo e o pouco recurso pagos até mês passado foram motivos de investigação do Ministério Público Federal.

Não há despesas pagas desde 04.05 para o financiamento da folha salarial, na qual foram disponibilizados R$ 34 bilhões e só foram gastos R$ 17 bilhões sem variação no tempo.

 

Esse valor é específico para saúde. Até o dia 20.06 o governo só havia pago 29% do disponível.

A inércia do governo na execução orçamentária e o pouco recurso pagos até mês passado foram motivos de investigação do Ministério Público Federal e auditoria do TCU. O TCU detectou, ainda, a diminuição das transferências em abril e questionou os parâmetros para distribuição de recursos e cronogramas de repasses.

Verifica-se que após esse período de junho, os gastos cresceram de 29% do disponível para 47,3%, ou seja, em menos de 1 mês o governo pagou 18%, bem mais da metade do que ele gastou em todo o período.

Nessa data de 25.07 atingimos 175 dias do decreto de emergência e 129 dias da declaração de calamidade pública com 2.349.302 milhões de casos confirmados e 85.418 óbitos.

Da data da última atualização, 20.06, até a atual 25.07, os casos cresceram em 116% e os óbitos em 68,6%.

Nesse mesmo período (20.06 a 25.07) a quantidade de gastos para controle da pandemia cresceu em:

As despesas pagas continuam em ritmo lento, tendo inclusive períodos longos de não execução da despesa. As contas que mais agilizaram os pagamentos nesse mês de julho foram a “Emergência de saúde pública” e o “Auxílio aos Estados e Municípios”, que são exatamente as contas questionadas pelo TCU e MPF.            

Por Willame Parente Mazza

Pós-Doutor em Direito (Universidad de Sevilla – ES). Doutor em Direito Público (UNISINOS – RS). Mestre em Direito Econômico e Tributário (UCB-DF). Professor de Direito Financeiro e Tributário (UESPI). Auditor Fiscal da SEFAZ-PI.

FONTE: Tesouro Nacional Transparente e Consórcio de Veículos de Imprensa

Confira as analises anteriores pelos links abaixo:

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/23/evolucao-do-gastos-da-uniao-no-combate-a-covid-19-e-numero-de-casos-e-obitos-atualizado-ate-20-de-junho-por-willame-parente-mazza/

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/09/evolucao-do-gastos-da-uniao-no-combate-a-covid-19-e-numero-de-casos-e-obitos-atualizado-ate-08-de-junho-por-willame-parente-mazza/

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/07/a-falta-de-prioridade-orcamentaria-para-saude-sus-e-a-demora-da-chegada-dos-recursos-para-o-combate-a-covid-19-sao-evidentes-por-willame-parente-mazza/

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/06/resumo-e-interpretacao-dos-dados-das-medidas-economicas-do-governo-no-combate-a-covid-19/

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/03/gastos-do-governo-federal-para-o-combate-a-covid-19-e-evolucao-de-casos-e-obitos-willame-parente-mazza/

https://direitoentreciencias.com.br/2020/06/06/a-falta-de-prioridade-orcamentaria-do-governo-federal-para-a-saude-e-a-demora-da-chegada-dos-recursos-para-o-combate-ao-covid-19-por-willame-parente-mazza/