Nessa semana, tivemos a divulgação de alguns dados como a do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br) que calculou uma retração da atividade econômica de 9,73% no mês de abril[1]. Por ser considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e por está em movimento de retração pelo segundo mês seguido, há preocupação de economistas que os cálculos de projeção do PIB do brasileiro pelo Banco Mundial se concretizem com recuo de 8%.

Mesmo com projeções negativas de crescimento e as incertezas quanto ao combate à crise sanitária que instalou em todo mundo, o Ministro da Economia Paulo Guedes fez declarações em redes sociais de retomada dos projetos liberais tais como privatizações, REFIS e reformas tributárias[2], afirmando ainda que as medidas emergenciais do governo federal para amenizar os impactos financeiros da crise do COVID-19 chegou ao fim.

As declarações dividem opiniões de especialistas e alguns economistas afirmam que devemos retomar a agenda econômica do governo federal. Porém, não seria essa crise sanitária o despertar para uma economia com mais políticas keynesianas e schumpeterianas?

O COVID-19 exigiu do mundo uma adaptação rápida ao uso de tecnologias e acelerou a troca de postos de trabalhos por máquinas criando uma massa de pessoas desempregadas que dificilmente serão absorvidas pelo mercado na mesma proporção do aumento da taxa de desemprego. E a quem cumpre a função de garantidor e estabilizador do mercado?

Ambas a funções são de responsabilidade do Estado. A crise do coronavírus tem demonstrado a ineficiência de um modelo de estado liberal que termina por agravar as diferenças socioeconômicas e não traz qualquer desenvolvimento, mas apenas crescimento econômico.

O início do fim do modelo liberal e neoliberal têm sido uma movimentação que pode ser observada no mundo todo, onde para amenizar os efeitos da crise econômica decorrente do coronavírus Estados vem intervindo na economia com estímulos monetários e fiscais, inclusive para salvar o setor financeiro[3].


[1] https://veja.abril.com.br/economia/atividade-economica-despenca-973-com-efeitos-da-covid-19-no-pais/

[2]https://einvestidor.estadao.com.br/mercado/mercado-reage-declaracoes-guedes/

[3] https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2020/03/25/veja-medidas-economicas-adotadas-pelos-paises-devido-a-pandemia-do-coronavirus.htm

 

Por Maria Elvina Lages Veras Barbosa

Formada pelo Instituto Camillo Filho(2018). Sócia do escritório Nogueira e Nogueira. Pós graduanda em Direito Administrativo e Constitucional pela Escola do Legislativo do Piauí. Graduanda do curso Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Piauí.